As mais antigas denominações das constelações são originárias da Babilônia, mas o signo que atualmente conhecemos como Áries não existia nos zodíacos antigos. Foram os egípcios que nos deixaram o nome de Áries, representado ora como ovelha, ora como carneiro. Áries representa o poder do ego individual emergindo do oceano coletivo, o próprio impulso de ser, por isso ele simboliza o novo, sendo o primeiro signo na roda zodiacal.
Quando o Sol, no seu movimento aparente, passa do hemisfério sul para o hemisfério norte e o dia é igual à noite comemora-se o Equinócio Vernal (21/03), que assinala a entrada da Primavera no hemisfério norte e do Outono no hemisfério Sul. Esta data é especialmente valorizada pelos astrólogos, por corresponder ao início do Novo Ano Zodiacal.
Na Roda do Ano celta o equinócio vernal marca a metade do intervalo entre dois Sabbats – Imbolc e Beltane – e representa o equilíbrio (entre luz e escuridão, dia e noite, masculino e feminino). A entrada do Sol em Áries é uma oportunidade de introspecção, avaliação e renovação antes do começo do novo ciclo.
No calendário cristão, existem duas datas adaptadas do equinócio vernal: a primeira é a “Festa da Anunciação da Virgem Maria” no dia 25 de março, escolhida para transcorrer um prazo de nove meses até nascimento de Jesus em 25 de dezembro. Esta data, nas antigas culturas, correspondia aos festivais das deusas Ártemis e
Diana, nas suas representações como “Mãe Divina, a Senhora dos Mil Seios”, cuja estátua se encontrava no antigo templo de Éfeso (considerado uma das Sete Maravilhas do mundo antigo). No ano de 451, com a pressão popular, o Concílio de Éfeso proclamou Maria “Mãe de Deus”, aprovando oficialmente a sua adoração pelos cristãos, antes pouco incentivada e até mesmo reprimida. O Concílio consagrou o templo de Ártemis para Maria, acreditando-se que ela teria passado seus últimos anos de vida neste lugar.
A segunda data do calendário pagão adotada pela igreja cristã é a Páscoa, que guarda o antigo significado da vitória da luz (o Sol da primavera substituído por Jesus) sobre a escuridão do inverno (a morte). Um antigo motivo mitológico de várias culturas era a descida da Deusa para o mundo subterrâneo, onde ela permanecia três dias e depois ressurgia, devolvendo a fertilidade da terra, no início da Primavera, após a ausência da vegetação e a aridez dos meses de inverno. Os dias correspondem à Lua Negra, período em que a Lua não é visível no céu (representando a estadia da Deusa na escuridão). Mesmo prazo foi adotado pelo cristianismo para a duração do sepultamento de Jesus, a ressurreição se dando no 3º dia, o domingo de Páscoa.
O nome em inglês e alemão para a Páscoa – Easter e Östern – foi “emprestado” da celebração pagã das deusas Eostre (celta) e Ostara (saxão ), regentes da Primavera e da fertilidade, celebradas na Lua Cheia mais próxima do equinócio de primavera. Ostara era a deusa da aurora e da vitalidade, regente da fertilidade (vegetal, animal e humana), equivalente a Eostre, a deusa anglo-saxã da Primavera. Ambas eram representadas como jovens coroadas com flores, segurando uma cesta com ovos e cercadas por lebres, celebradas com canções, danças e procissões de mulheres enfeitadas com guirlandas. Recebiam oferendas de ovos pintados ou decorados, pães e roscas doces em forma de lebres, animais associados à Lua e conhecidos pela fertilidade. Seus nomes deram origem ao hormônio feminino (estrógeno), ao cio (estrum) e à denominação da Páscoa (Östern em alemão e Easter em inglês).
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